quarta-feira, 19 de abril de 2006

Não tenho nunca mais, não tenho sempre. Na areia
a vitória deixou seus pés perdidos.
Sou um pobre homem disposto a amar seus semelhantes.
Não sei quem és. Te amo. Não dou, não vendo espinhos.
Alguém saberá talvez que não teci coroas
sangrentas, que combati o engano,
e que em verdade enchi a preamar de minha alma.
Eu paguei a vileza com pombas.
Eu não tenho jamais porque distinto
fui, sou, serei. E em nome
de meu mutante amor proclamo a pureza.
A morte é só pedra do esquecimento.
Te amo, beijo em tua boca a alegria.
Tragamos lenha. Faremos fogo na montanha.

(Pablo Neruda)

Um comentário:

  1. E aí guri!
    Por acaso caí novamente no teu blog. Sempre que quero ler esse poema do Neruda digito uma parte dele no google e aparece o teu blog. Eu li o que tu fala sobre ti e hoje percebi que já havia lido antes. Bom,por ter caido aqui novamente deixo um abraço e meu desejo de felicidades!

    Mariana

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