sábado, 1 de abril de 2006

"Nossas bocas estavam tão próximas que o beijo devia ter começado há muito tempo sem que soubéssemos. Você partiu uma palavra em migalhas para me dizer: "Me beija". Eu não encostei logo em teus lábios, embora estivessem tão próximos dos meus que uma folha de papel de seda não poderia passar entre eles. Eu os rodeei, devagar. Minha boca, entreaberta, respirava sua semelhante. Demorou. Demorou como demora o tempo amoroso. De tanto respirar, nossos lábios secaram. Eu molhei docemente teus lábios com a língua, e em seguida molhei meus lábios nos teus. Lentamente."
(Hélène Pedneault, Les chroniques délinquantes)

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