"não quero te magoar" - você disse.
"tarde demais" - eu queria dizer, mas não disse.
o que machuca é o seu medo de me ferir,
como se eu fosse um bibelô...
se eu renegasse às pessoas que gosto,
ou as histórias que poderia viver,
por medo de um dia estragar tudo,
creio que estaria fadado ao marasmo, à paralisia,
e a total e completa solidão,
porque não dá para prever o futuro!
e no fim, tudo acaba de uma maneira ou de outra.
o que me decepciona é a privação da tentativa...
... de ser feliz, de contemplarmos a lua cheia juntos
numa linda noite de outono, sem nenhuma nuvem no céu.
o que me entristece é que, apesar de saber que tudo termina,
nosso término me parece prematuro,
como alguém que está bem até descobrir que tem câncer,
e que depois disso fica tão frágil, que se entrega,
sem a menor vontade de lutar, de talvez vencer...
e a chance de vencer também existe!
maldito "leão bravo",
que te deixou marcas mais profundas do que eu supunha,
e te fez temer a selva mais do que imagina!
profundo
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